Este espaço destina-se a aproximar o leitor do blog deste humilde escritor. Nele abordaremos assuntos e fatos que surgem na hora do cafezinho, naquele momento fugidio que nos afastamos do local onde trabalhamos e vamos respirar um pouco de ar puro, longe do chefe e da burocracia que envolve o papel. Será o momento de expor e ouvir opiniões. Vamos prosear.
Na sociedade contemporânea que vivemos não podia acontecer de outra forma. Quando surge uma invenção em substituição a outra, usada por milhões de pessoas, ocorre uma mudança radical de hábitos e procedimentos. Isso aconteceu com o nosso agradável hábito de escrever cartas para namoradas, parentes, amigos e nas relações comerciais que se fazem necessárias. Tudo “por culpa” da aparição da Internet. A rede mundial de computadores veio para praticamente extinguir o hábito, a rotina de nos comunicarmos através de cartas e cartões-postais com entes queridos e amigos. E como era gostoso escrevermos uma bela carta em papel pautado para uma namorada ou um amigo distante, colocarmos num envelope, lacrarmos, dirigirmo-nos aos correios e postarmos nossa mensagem. Era um hábito que eu me regozijei muitas vezes e acredito que o caro leitor também. E receber uma carta? Ah, era uma festa, uma alegria que nos extasiava, que nos enchia de felicidade. Recebíamos notícias, afagos e carícias em nosso ego solitário. Que saudade! Mas tudo que é bom deixa saudade, assim disse alguém que eu não lembro quem foi. Esse prazer saudoso foi “assassinado” sem alardes pelo surgimento do e-mail, que é cria legítima da Internet. Só para sabermos mais um pouco, esse modismo surgiu nos EUA por volta de 1969 (sinceramente, nem eu sabia quando surgiu a Net). A Internet foi batizada inicialmente com o nome de ARPANET e objetivava conectar departamentos de pesquisa americanos. Mas antes dela existia uma rede virtual que interligava os departamentos de pesquisa que trabalhavam em projetos de defesa com as bases militares americanas, que é a origem da atual rede mundial. Ela foi aberta a outras instituições correlatas em 1970 e depois foi, aos poucos, se expandindo. Em 1975 tinha aproximadamente 100 sites. Depois cresceu, cresceu, cresceu e foi aberta ao público geral, chegando aos dias de hoje.
Voltando ao hábito de escrever cartas. Esse aprazível costume mundial, pelo qual muitos de nós manifestávamos nossas alegrias e angústias, com a aparição da Net foi aos poucos perdendo sua força, seu glamour. A carta, figura emblemática da correspondência, arauto de pensamentos e notícias distantes foi sendo substituída pela figura do e-mail, entidade fria e virtual que é um híbrido de papel de carta em branco, envelope e agência postal. Tudo num só. Muito prático. Ideal para o homem rapidus de hoje. Escreveu, clicou e fui! Logo sua mensagem está na caixa de entrada do destinatário. Ele clica, abre e lê. Quer mais praticidade do que isso? Nada de papel, nada de envelope, nada de caminhar até a agência dos correios mais próxima, nada de selo e muito menos de carteiro. Argh! Que falta de sensibilidade! E a coisa não pára por aí. Uma coisa mata a outra. O hábito de escrever cartas foi se extinguindo, dando lugar ao uso do e-mail e, praticamente, acabou com a alegria de vermos o carteiro batendo em nossa porta, entregando boas novas e afagos que emanavam do papel. Ele está quase virando peça de museu. A modernidade também trouxe mais desemprego, porque diminuindo o fluxo de correspondências, diminuiu a necessidade de mais carteiros e a ECT reduziu a contratação de profissionais da categoria. Que crueldade!
O e-mail facilitou nossa vida, nossa estressante e turbulenta vida. Ele, no qual se escreve pouco não por falta de espaço, mas porque normalmente temos muitos para ler e responder, inegavelmente deixou nossos corações mais frios, mais solitários, mesmo que assim se negue.
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