Sua respiração e seus batimentos cardíacos já aceleraram em alguma situação de constrangimento em público? Já sentiu dificuldade de se relacionar com uma pessoa desconhecida, a qual foi recentemente apresentada? Sente desânimo de sair à rua e de relacionar-se em público? Prefere relacionar-se através de sites de relacionamento, por temer críticas alheias? Sente-se inseguro em situações que exijam seu desempenho? Tem enrubescimento involuntário quando se vê diante de uma situação em que será avaliado publicamente? Se você respondeu sim, a pelo menos uma destas questões, pertence à parcela de pouco mais de quarenta por cento da população que se considera ou é tímida.
O aumento da violência pública criou um temor generalizado nas pessoas. Elas deixaram de freqüentar lugares públicos temendo represálias infundadas e incidentes inesperados. A insegurança social, que se elevou nos últimos anos, levou-as a restringir sua liberdade de ação. O surgimento de sites de relacionamento na Internet, que possibilitam o contato com pessoas desconhecidas sem que se tenha que mostrar como se realmente é, facilitou e reforçou a nova maneira de viver de adultos e jovens: permanecer recluso em seu lar, escondendo-se atrás de um teclado, na segurança que tal situação lhe proporciona, sem deixar de se relacionar com outras pessoas foi a forma adotada de manter-se seguro e afastar o “fantasma” da timidez de suas vidas. Estes se constituem em alguns dos fatores que aumentaram o número de tímidos no mundo. Mas o que é timidez, afinal?
Timidez é um padrão de comportamento que a pessoa não exprime ou exprime pouco seus pensamentos e sentimentos. Ela não interage ativamente com as pessoas que se relaciona. Esse padrão de comportamento se caracteriza basicamente pela inibição do indivíduo em certas ou várias situações. O tímido reconhece sua dificuldade em interagir com outras pessoas ou em situações sociais e pode muitas vezes não admiti-la. Ele anseia em mudar, em ter liberdade de ação, mas depara-se com barreiras internas que impedem a livre expressão de pensamentos, sentimentos e emoções. O desequilíbrio entre estas barreiras internas e os anseios aumenta ou diminue a dificuldade de relacionamento. Os sentimentos e emoções que não são expressos fluem para o plano das fantasias. Neste, os sentimentos e emoções que não são expressos na vida real encontram espaço para “brilhar’, em vista que na fantasia não existe o temor das críticas, o embaraço cruel das opiniões. Por isso vemos muitas pessoas alheias ao mundo em que vivem, falando pouco ou mantendo-se caladas.
Dificuldades, mas não impossibilidade, em participar de atividades em grupo; de praticar esportes coletivos; de realizar apresentações artísticas; de falar em público; de fazer uma pergunta em sala de aula; dificuldade de abordar alguém para namoro ou relação íntima; em escrever o que se pensa; em falar com alguém em posição de autoridade; dificuldade de divertir-se em público, etc. são alguns exemplos que caracterizam uma pessoa tímida. Você é tímido(a)?
As causas da timidez são múltiplas, mas dentre várias podemos citar algumas:
Indivíduo suscetível a críticas – um número significativo de pessoas é capaz de sofrer modificações comportamentais ou adquirir determinadas condutas em função da relevância que dão a críticas alheias;
Experiências de humilhações silenciosas ou públicas – pessoas que vivenciam situações ou fatos sociais que, de alguma forma, corroem seu ego ou produzem distorções no ego que está em desenvolvimento;
Problemas familiares que causem vergonha – é comum crianças ou adolescentes sentirem-se envergonhados da situação financeira ou social que vivem em relação aos demais. Isso pode ser superado em pouco tempo ou permanecer como forma de autodepreciação. Permanecendo na forma de autodepreciação, a pessoa caracteriza-se por diminuir sua autoestima e desejar a compaixão daqueles que a rodeiam. Problemas familiares de outras naturezas podem causar o dano da timidez.
Em certos casos a timidez é vista como algo intransponível. Por esta razão encontramos pessoas tímidas que se comportam como se estivessem presas em seu próprio mundo. Elas estão enganadas. É possível libertar-se da timidez. Os tímidos podem vencer esse dano psicológico a partir do momento que tomam consciência da realidade que vivem e das possibilidades que possuem. Por exemplo, feiúra e pobreza não são motivos que justifiquem a timidez. São fatos que muitas vezes não podemos mudar, entretanto, podemos superá-las tomando atitudes concretas que visem uma mudança positiva e acreditar que todos têm imperfeições, às vezes, muito piores que a ausência de beleza e a falta de dinheiro. Para se libertar da timidez, os tímidos devem desenvolver o autocontrole de suas ações, a fim de não serem barrados pelo estado emocional que os reprime. Por viverem acorrentados em seu próprio mundo necessitam de um estímulo para galgar a liberdade. Existem três princípios básicos para se libertar das barreiras internas da timidez:
Sonhar – o indivíduo deve imaginar que aquilo que deseja pode se tornar real em função de suas verdadeiras possibilidades e de sua autodeterminação;
Criticar – o indivíduo deve criticar a si mesmo, não de forma opressora ou piedosa, mas de maneira fria, criteriosa e realista, percebendo que é possível realizar suas metas e conquistar seus objetivos, como, por exemplo, vencer o temor das críticas de amigos com relação ao corpo, ao cabelo, a maneira de vestir;
Realizar – colocar efetivamente em prática suas reais vontades, seus desejos, sem medo de errar, sem temor das críticas que venha a sofrer, procurando alcançar o bem-estar interno, buscando uma harmonia íntima que lhe traga prazer, felicidade e paz de espírito.
Se o tímido articular harmoniosamente estes princípios perceberá mudanças significativas em seu íntimo, verá surgir nele mesmo comportamentos fantásticos, que o levarão à liberdade. Se você é tímido, não continue a perder momentos irrecuperáveis de sua vida. Lute para vencer a timidez empregando estes princípios ou criando meios que o levem à liberdade. Lute por sua harmonia interior e realização pessoal. Seja livre!
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