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"A literatura insinua e coloca questões muito mais do que as responde ou resolve."

-------------------Milton Hatoum, escritor brasileiro



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quarta-feira, 7 de abril de 2010

CASO ISABELLA (IV)

O julgamento do caso Isabella Nardoni chegava ao fim. Promotoria e defesa apresentaram suas teses. Seguiram-se réplica e tréplica, marcadas por elogios e descaracterizadas ofensas. Os jurados se retiraram e se reuniram com o juiz Fossem, para decidir o destino das vidas de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Do lado de fora, uma multidão de pessoas aguardava o veredicto.

Culpados ou inocentes?

Se culpados, Francisco Cembranelli será lembrado por muitos anos como o mais insigne promotor de todos os tempos, representante da justiça que livrou das ruas mais dois delinqüentes. Se inocentes, o mérito caberá a Roberto Podval, que lutou com poucos argumentos e provas e conseguiu convencer o conselho de sentença de que seus clientes eram inocentes.

A sentença foi proferida pelo juiz Maurício Fossem por volta da meia-noite de sexta-feira. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos, 1 mês e 10 dias, e Anna Carolina Jatobá foi condenada a 26 anos e 8 meses. Coincidentemente, a idade que ambos possuem atualmente.

Para alguns, a pena foi pequena diante da iniqüidade que o casal cometeu. Para a maioria, a justiça cumpriu nada mais do que seu dever, com um mérito há muito não visto: demonstrou eficiência e celeridade.

Ana Carolina de Oliveira, como a maioria esmagadora do povo brasileiro, sentiu-se aliviada após a declaração da sentença. A pequena Isabella pode descansar em paz, pois seus assassinos permanecem encarcerados.

Mas essa história não termina aí. Sabe-se lá até quando a dupla ficará atrás das grades. Embora Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá tenham retornado para as penitenciárias de Tremembé, é bem possível que daqui a alguns anos vejamos outra mácula que, infelizmente, existe nas linhas que regem a justiça. Refiro-me a pauta da progressão da pena, aquela mesma que libertou Guilherme de Pádua, assassino confesso de Daniela Perez, filha da novelista Glória Perez. Ele está em liberdade e se tornou pastor evangélico.

Será que sentiremos a mesma sensação de impunidade com relação ao casal Nardoni, se isso vier a acontecer? Esperemos que não, esperemos que não.

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